Um velho calção de banho, um dia para vadiar
experimentando tudo o que é possível para viver um grande amor
e assim amar, ai de mim, muito mais do que podia amar
mesmo que haja dor do amor que teve fim, que foi ruim, sei que sim outro amor há de apagar
amar,
sentir-se fraco, peito extravasado, e com tudo isso que é capaz de confundir o espirito de um homem, perceber que amar é sofrer.
e o que é que tem sentido nesta vida?
a tristeza que não tem fim, mas que tem a esperança de um dia não ser mais triste não?
por isso eu só acredito em liberdade e estar sempre com saudade de viver um grande amor
E jà que a vida é pra valer - e não se engane não, tem uma só!
então, hei de morrer de amar mais do que pude.
Pela sinergia que existe entre librianos, filhos de Xangô ou poetas e súditos, me enchi da poesia de Vinicius de Moraes justo na semana que completa 30 anos da sua morte. Claro, não me lembrei disso enquanto ouvia repetidas vezes o repertório nos últimos dias. Foi intuitivo.
A poesia do Vinicius faz com que eu não me sinta de todo só no mundo.
Assim como ele eu acredito que o amor é a essencia. Do ser, do universo. O amor é a dor e o conforto. A solidão e a saudade. O amor é a coisa boa que une e equilibra.
Amar é ser completo.
E Vinicius amou.
Mulheres, amigos, musica, Xangô, poesia, Rio, Bahia, "coisinhas verdinhas de que eu gosto tanto", como disse uma vez em entrevista.
E eu busco essa completude.
Eu quero amar.
Sempre.
E muito.
Mesmo com a onipresença da tristeza - tão certa e segura da sua existência.
Essa semana os versos do Vininha povoaram meus pensamentos, tocaram meu coração, me fizeram bem. Porém, de tudo o que ouvi, o mais singelo e talvez menos significativo poema foi o que mais me provocou. Afinal, é o cenário perfeito para fazer crescer o amor tão sufocado pelas relações formais do cotidiano. É a comunhão entre homem e natureza.
Não é só bom. Deve ser sensacional...
...passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã.
ahhhh poetinha...
Há 14 anos
2 comentários:
Enquanto vc buscava Vinícius daí, eu daqui buscava Florbela. Ela desistiu do amor aos 36 anos, após uma dose excessiva de Veronal... Mas nós não desistimos, e cá estamos escrevendo para transmitir o legado da nossa miséria...rs
"E essa ânsia de viver, que nada acalma
(...)
Saudade que eu nem sei donde me vem...
Talvez de ti, ó noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!"
E continuamos procurando...
:)
Nossa... digamos que vc conseguiu transmitir (nas palavras) realmente aquilo que vc estava sentindo ... essa sinestesia não é simples, gratuita... ela aparece quando menos se espera. Portanto, parabéns!
obs: e pra dizer a verdade, conheço pouco da obra do poetinha. rs... pretendo conhecer melhor.
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