Dilacerando Paradigmas

E aí, tanta coisa acontece, tantas perguntas mudam, tantas respostas se tornam insatisfatórias...

"Faltava abandonar a velha escola, tomar o mundo feito Coca-Cola

Faltava eu acordar, ser gente grande pra poder chorar..."

... Pra ressignificar as lágrimas.

Seguir com a única certeza da incerteza.

Prudente, com certa frequência. Medrosa, às vezes.

Corajosa, como nunca. Errando, como sempre.

Caminhando. Tropeçando. Caindo na balada. Sóbria.

Sóbria da alegria de viver em busca do que faz sentido.

Renovando antigos sentidos, buscando sentidos coexistentes entre o ganhar e o perder.

Afinal, ganhar e perder devem ser sinônimos, ou irmãos de causa e consequência.

"Não haveria som se não houvesse o silêncio.

Não haveria luz se não fosse a escuridão

A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim"

Não temos culpa de preferir o som. Não temos culpa de preferir o silêncio.

Em ambos os casos, preferimos exclusivamente a nossa felicidade.

Pra isso, tantas vezes fazemos outros sofrerem.

Há culpados? Há egoísmo? Há maldade?

Tudo o que vejo nesse mundo é uma busca desesperada, que muitas vezes deveria ser pré-absolvida. Mas nem sempre é fácil entender quando a busca desesperada é do outro e você resolveu parar pra descansar. É mais difícil ainda saber se pra esse descanso acontecer é preciso um encosto, uma solidão, ou qualquer coisa que te assegure. O amor, talvez? Está aí uma coisa que não assegura mais ninguém. Papo antigo... Out...será?

Existirá
Em todo porto tremulará
A velha bandeira da vida
Acenderá
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança

E se virá
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra

Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui

Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura

Voltar ou ir pra frente? Ir pra frente também pode desenhar um círculo.

O círculo muda de direção toda hora, mas continua em frente e volta pro mesmo lugar. Já parou pra pensar nisso?

Eu não quero mais tentar antever onde vai dar. E não quero ficar parada.

E viva a força centrípeta! Viva o horizonte! Viva a régua! Viva a mão de Deus! Viva qualquer fator externo que vá me guiar, porque eu estou à disposição.

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